Proibição de entrada de carros “Velhos” em Lisboa, entrou em vigor, foi este o titulo que o Automoveis-Online deu a esta noticia. Mas, na opinião do Automoveis-Online, o titulo adequado seria, “O até já. Lisboa proíbe e governo importa “Sucata”.
Pensamos que este seria o titulo adequado, não porque concordamos com a posição da Câmara de Lisboa, embora a compreendemos, mas porque, a semana passada escrevemos o seguinte artigo, “Alteração no Orçamento de Estado promove Portugal a Sucata da Europa e o abate de empresas“. A questão é, em que é que ficamos, tiramos os carros “velhos” do mercado, para tornar o ambiente mais verde ou importamos mais sucata da Europa e poluímos mais o ambiente?
Quanto à posição da Câmara de Lisboa, pensamos que a medida não é a mais justa, tendo em conta que muitas pessoas, podem mesmo não poder comprar um veículo menos poluente. Talvez tivesse sido melhor, a criação de um regulamento que obrigasse a colocação de um filtro no escape de gases nos veículos de idade mais avançada, em vez da proibição de circulação na capital em determinadas zonas e horários. Talvez fosse melhor para todos os intervenientes.
Segundo a Agência Lusa, “A circulação de automóveis em Zonas de Emissão Reduzida (ZER) de Lisboa, cujas novas regras entraram em vigor na quinta-feira, foi hoje alvo de fiscalização pela Polícia Municipal, contestada pelo vereador do CDS na autarquia da capital.
A ação de fiscalização foi realizada na Avenida da Liberdade, como confirmou à Lusa o comandante da Polícia Municipal, André Gomes, que remeteu a divulgação de resultados para mais tarde.
As restrições de circulação em ZER em Lisboa arrancaram em julho de 2011. A segunda fase foi implementada em 2012 e a terceira iniciou-se na quinta-feira, com os automóveis com matrículas anteriores a 2000 e a 1996 a ficarem proibidos de circular entre as 07:00 e as 21:00 dos dias úteis no centro de Lisboa.
A fiscalização foi, no entanto, criticada pelo vereador João Goncalves Pereira, do CDS-PP, que a considerou uma “mega operação stop, com grande aparato”.
“O que era uma boa intenção ambiental transformou-se numa coisa verdadeiramente inacreditável de caça à multa a lisboetas que ainda não tinham conhecimento desta medida da câmara”, disse João Gonçalves Pereira, em declarações à Lusa, criticando a câmara de Lisboa por não ter assegurado “um período de transição”.
O vereador centrista apelou ao presidente da autarquia, António Costa, “para que mantenha o aparato, mas pare a caça à multa e faça uma campanha de sensibilização”.
Contactada pela Lusa, a câmara de Lisboa escusou-se a comentar as declarações de João Gonçalves Pereira.
Também hoje, o grupo de deputados do PSD na Assembleia Municipal anunciou ter pedido ao presidente da autarquia que diga “se dispõe de estudos que demonstrem a redução das emissões de dióxido de carbono, e em que quantidades” e o “impacto social da medida”.
Caso não tenha os estudos, o PSD defende a câmara deve suspender as restrições à circulação.
De acordo com dados da Polícia Municipal, que é responsável, em conjunto com a PSP, pela fiscalização das restrições, foram passadas 351 multas por circulação indevida nas ZER nas primeira e segunda fases.
Em 2012 foram levantados 202 autos, em 2013 foram 50. No ano passado foram levantados 87 em e este ano, até 13 de janeiro, foram 12.
Nesse período, a Avenida da Liberdade, o Cais Sodré, a Praça dos Restauradores e a Avenida Ribeira das Naus, em Lisboa, foram os locais das ZER onde a Polícia Municipal detetou mais veículos a circular indevidamente.
A Lusa tentou obter dados da PSP, mas, de acordo com fonte do Comando Metropolitano de Lisboa, a circulação indevida nas ZER “não tem tratamento informático específico que a permita diferenciar das restantes infrações à mesma sinalização”.
Os veículos detetados em infração estão sujeitos ao pagamento de uma multa no valor de 24,94 euros.
As restrições de circulação para os carros com matrículas anteriores a 2000 dizem respeito à zona 1, que vai do eixo da Avenida da Liberdade à Baixa (limitada a norte pela Rua Alexandre Herculano, a sul pela Praça do Comércio e abrangendo a zona entre o Cais do Sodré e o Campo das Cebolas).
Já os carros com matrículas anteriores a 1996 estão impedidos de circular na zona 2 (definida pelos limites Avenida de Ceuta, Eixo Norte-Sul, Avenidas das Forças Armadas, dos Estados Unidos, Marechal António Spínola, do Santo Condestável e Infante D. Henrique).
O objetivo destas restrições à circulação é garantir que, de forma progressiva, a cidade tenha veículos de emissão reduzida.
Entre as exceções a estas restrições contam-se veículos de emergência, de pessoas com mobilidade condicionada, históricos (que estejam certificados pelas entidades oficiais), movidos a gás natural e GPL, de polícia, militares, de transporte de presos, blindados de transporte de valores e motociclos. Fonte: Agência Lusa“