Opel Manta. Quem é que se lembra deste icónico automóvel? Um peixe chamado Manta: O lendário Opel celebra 50 Anos.
Quem é que se lembra do icónico Opel Manta? Representante da família Mobula (mantas, raias-manta e jamantas), o Opel Manta é o exemplar mais associado a uma espécie piscícola na longa linhagem de modelos clássicos da Opel. Deixe lá em baixo o seu comentário se você pertence ao grupo daqueles que conhece ou teve um Opel Manta.
Em 2020, o modelo que ostenta a raia-manta como símbolo, celebra o seu 50º aniversário. O leque de variedades deste magnífico peixe estende-se desde o Mar Báltico até à costa norte-americana do Pacífico. George Gallion, Designer Chefe da Opel, recorda a missão secreta em que partiu em busca do Manta de Rüsselsheim.
Foto Galeria Opel Manta
Num sábado do ano de 1969 Gallion, ‘designer’ americano que então trabalhava na Opel, embarcou num avião rumo a Paris, para um encontro com a equipa do conceituado biólogo marinho francês Jacques Cousteau. «Tínhamos escolhido o nome ‘Manta’ para o nosso novo modelo desportivo», recorda George Gallion o objetivo da sua missão a Paris de há 51 anos. «Naquela época, nomes de animais combinavam com o ‘zeitgeist’, de que eram exemplos o Ford Mustang ou o Corvette Stingray, modelos de enorme sucesso nos EUA. Tomada a decisão, ficámos com dez dias para chegar a um logótipo, e ainda não tínhamos encontrado uma solução adequada».
Em Paris, Gallion observou as imagens captadas pelas pesquisas de Cousteau uma e outra vez, num processo que demorou muitas horas, até que, finalmente chamou-lhe especial atenção uma fotografia de uma gigantesca raia-manta, tirada de baixo, contra a superfície brilhante do mar. Estava encontrada a identidade do Opel Manta e a partir daí, o modelo passou a incorporar o icónico emblema cromado nos guarda-lamas dianteiros.
Estreia do Manta na Timmendorfer Strand
O desportivo Manta faria a sua estreia em setembro de 1970, numa apresentação que, apropriadamente, decorreu na Timmendorfer Strand, na costa alemã do Mar Báltico. Para a Opel, o Manta representou a entrada num novo território. «Mais do que aproveitar um modelo existente, o automóvel que estamos hoje a apresentar é uma novidade absoluta na nossa gama, indo ao encontro de uma nova procura do mercado”, referia o comunicado de Imprensa da época.
O Opel Manta era novo, desportivo e surgia no momento certo. Os atrativos coupés para quatro passageiros eram altamente populares na época. A individualidade estava na moda e o formato e as linhas do Manta eram exatamente o que o mercado procurava. No primeiro ano completo de vendas, a Opel comercializava 56.200 unidades do modelo, parte de um total que viria a ascender a 498.553 unidades. O modelo Ascona viria a partilhar a mesma plataforma, suspensão e motores, enquanto o Opel Rekord também haveria de contar com o motor mais potente do Manta, o 1.9 S de quatro cilindros com 90 cavalos.
Manta Berlinetta
Em 1972 o Manta surge com o motor 1.2 de 60 cv. Em novembro do mesmo ano, a Opel revela o luxuosamente equipado Manta Berlinetta. Do equipamento de série fazem parte elementos raros como volante desportivo, vidro traseiro aquecido, faróis de halogéneo e tejadilho em vinil.
Os cinco anos de produção foram enriquecidos por inúmeras variantes especiais do modelo – “Holiday”, “Plus”, “Swinger” e “Summer Bazar” – mais ricas em conteúdos e com preços acessíveis.
Depois, em 1974, veio o Manta GT/E, equipado com um sofisticado motor de 1.9 com injeção de combustível Bosch L Jetronic capaz de debitar 105 cv de potência. A tendência para o acabamento em pintura baça, em substituição dos detalhes cromados, continuou com o Manta GT/E. A última versão especial “Black Magic” chegaria ao mercado em 1975, pouco antes da estreia do Manta B. Com base no GT/E, esta versão era totalmente preta, com listas laranjas nos seus flancos.
Uma sequela apenas cinco anos após a estreia
Em 1975 estreia a geração “B” do Opel Manta. A marca alemã tinha duas variantes na gama: o coupé tipo “notchback” e o Combi-Coupé CC, de 1978, do tipo “hatchback”, com um grande portão traseiro. A duradoura popularidade garantiu que para o Manta B ficasse guardado um lugar especial na História de mais de 120 anos da Opel. Nenhum outro modelo permaneceu sem alterações no mercado durante tanto tempo, desde o outono de 1975 até 1988. No total, saíram da linha de produção 557.940 unidades.
Tal como os antecessores, o Manta B viria a partilhar a plataforma, suspensão e mecânica com a gama do modelo Ascona. O leque de motores de quatro cilindros incluiu 14 versões, com cilindradas de 1,2 a 2,4 litros, ao longo de todo o período de produção, com níveis de potência entre 55 e 144 cavalos.
Novos derivativos e motores viriam a complementar, regularmente, a gama Manta, ampliando-a e mantendo-a atualizada. Entre as referências mais conhecidas incluem-se os Manta SR, Berlinetta, GT, GT/J e GT/E. Em 1979, os recém-desenvolvidos motores OHC (acrónimo para “OverHead Camshaft”, veio de excêntricos à cabeça) substituíram alguns dos blocos mais antigos com árvores de cames laterais. O topo de gama GT/E desenvolvia potências de 105 e 110 cv, graças ao motor maior de 2.0 litros, vendo-se apelidado de GSi em 1984.
O raro Manta B
O mais raro e mais potente Manta B foi o “400”, apresentado no Salão de Genebra de 1981. Recebendo a sua denominação devido às 400 unidades necessárias para a homologação de uma versão de competição em “Grupo 4”, o Manta 400 contava com um motor de quatro cilindros DOHC (dupla árvore de cames à cabeça) de 2,4 litros, com quatro válvulas por cilindro e 144 cv. Em 1984, ao volante de um Manta 400, Guy Colsoul e Alain Lopes venceram a sua classe – veículos de tração a apenas duas rodas – no Rally Paris-Dakar, terminando em 4º lugar da classificação geral, logo atrás de três veículos de tração integral.
As duas últimas versões do Manta B foram o topo de gama GSi e o GSi Exclusiv, produzido em pequenos volumes pelo preparador Irmscher. No total, a produção de ambas as gerações Manta A e Manta B ascende a mais de um milhão de exemplares.
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