Multas por uso do Telemóvel aumentam. Para além das multas também aumentam os acidentes de viação.
Com a chegada da quadra natalícia chegam notícias, tristes, relacionadas com o aumento de de sinistralidade. Tem-se verificado também que o aumento de multas por uso do telemóvel enquanto conduz.
Um dos principais causadores do aumento de multas e sinistralidade Grave é o uso do telemóvel enquanto conduz. Apesar das muitas campanhas de sensibilização para o não uso do telemóvel enquanto conduz, os condutores Portugueses continuam a fazê-lo.
Segundo o JN, foram, até setembro, passadas em média 115,5 multas por dia. Os números são alarmantes e até já ultrapassaram o das contra-ordenações diárias por uso do telemóvel ao volante em 2017 (114,1). Estima-se que no final de 2018 valor vai ser superior a 2017 e ficará abaixo das 158 multas/dia de 2016.
Telemóveis sim, mas não só
Para além do telemóvel, como factor causador de distração ao volante, acrescentam-se outros fatores de distração. Como por exemplo, o GPS, os novos ecrãs digitais e há até quem veja televisão enquanto conduz.
A PSP e GNR passaram 29.067 multas
Sabia que entre 1 de janeiro e 15 de setembro deste ano, a GNR e a PSP passaram, pelo uso de telemóveis ao volante, 29.067 multas? Número que resulta na média de 115,5 multas/dia.
Para as autoridades e para os especialistas na matéria, a preocupação estende-se a outros fatores causadores de distração, como por exemplo as funções que os tablets e smartphones têm e os painéis de controlo dos automóveis mais recentes e que têm um ecrã digital. Há quem veja vídeos ou até televisão durante os percursos.
Declarações de Jorge Jacob, Presidente da ANSR ao JN
Jorge Jacob, Presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, revela muita preocupação com esta tendência. “Quando as pessoas tiram a vista da estrada, é um problema“. Acrescentando que que a distração digital ao volante “já é” encarada como mais um desafio pelas autoridades. “Nalguns casos, o próprio comando do veiculo é feito através de um ecrã digital.
Como é que se vai combater isso?
É mais complicado”, frisou. São cada vez mais os estudos internacionais que dizem que que a utilização de aparelhos digitais tem um impacto negativo. É quase tão alto nos acidentes como o excesso de velocidade e o consumo de álcool.
Declarações de João Queiroz, da Associação Estrada Mais Segura
“Hoje, a maioria dos veículos tem qualquer coisa que nos distrai para além do telefone”, sublinhou, João Queiroz, da Associação Estrada Mais Segura.
Segundo o especialista em segurança rodoviária, mesmo um condutor com capacidade “de resposta ao risco” acima da média, ao desempenhar duas funções – conduzir e utilizar um telemóvel – “vai perder a capacidade de ler o ambiente” em que está e de “reagir aos perigos que enfrenta”.
“Ao contrário do que as pessoas pensam, ter um veículo na mão é ter um perigo, porque não estamos sozinhos. Os peões, os ciclistas, todo o ambiente rodoviário podem ter imprevistos para os quais os nossos sentidos têm que estar despertos. Porque, mesmo quando estão, muitas vezes não conseguimos evitar um acidente”, frisou.
LEGISLAR PARA PREVENIR
No início do ano, o secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, revelou que o Governo estava a ponderar a inibição do sinal de telemóvel dos condutores. Mas, desde então, não se avançou neste caminho e a verdade é que a aplicação desta medida levanta questões técnicas e operacionais.
“Não se resolve o problema do ’touchscreen’ (ecrã tátil) bloqueando os telemóveis todos”, sublinhou Jorge Jacob. O dirigente da ANSR defendeu um “reforço de medidas de combate à sinistralidade”, através da criação de mais legislação, sem identificar as áreas onde se deve intervir.
“Quando a sociedade começou a perceber que tinha um problema em mãos, deu-se conta de que era extremamente difícil impedir uma coisa que se tinha generalizado”, rematou João Queiroz.
PENSE 2020 – Investigar uso de aparelhos em caso de acidente
O PENSE – Plano Estratégico Nacional de Segurança Rodoviária (PENSE 2020) engloba várias medidas relacionadas com o uso de telemóveis e outros aparelhos
digitais. Uma delas tem a ver com o estudo da possibilidade de se regulamentar a deteção do uso de telemóvel por condutores envolvidos em acidentes.
As causas dos acidentes também serão investigados por equipas multi-disciplinares e será avaliada a possibilidade de recolher evidências sobre o uso de telemóvel por condutores e peões envolvidos em acidentes com vitimas, pelas forças de segurança.