Marcas de automóveis Portuguesas. Sabe quais são? Sabia que Portugal também já foi construtor de automóveis? É provável que não saiba, aliás, são muitos os Portugueses que desconhecem que Portugal já foi construtor de automóveis e que eram 11 as marcas de automóveis nacionais.
Estas 11 marcas que ficaram na história da nossa industria automóvel dos quais nos devemos orgulhar, e quem sabe, pensar em voltar a produzir tornando-os ex-libris da industria nacional. Deixamos aqui o mote e esperamos ainda voltar a ver algumas destas máquinas, adaptadas à tecnologia actual, a circular por este mundo fora!
ALBA
Nascida em Albergaria-a-Velha no início dos anos 50, o ALBA era totalmente construído na metalúrgica Alba estabelecida em Albergaria-a-Velha. Foi pensado por António Augusto Martins Pereira que se inspirou no design italiano para a competição. Era equipado com um motor de 4 cilindros com 1500cc de capacidade e 90cv de potência e trazia uma caixa de velocidades de 4 relações e atingia uma velocidade máxima de 200km/h. Pensa-se que apenas foram construídas 3 unidade deste modelo. Um destes exemplares ainda pode ser apreciado no Museu do Caramulo, onde se encontra em exposição.
DM
Nasceu em 1951, na Auto Federal Lda. Dionísio Mateus, deu corpo ao projecto daquele que viria a ser viria a ser um dos carros portugueses mais bonitos de sempre.
O DM era extremamente leve, pesando apenas 500 Kgs e atingia a velocidade máxima de 170 Km/h. Tendo como base os chassis do Simla 100, o DM possuía um motor de 1100cc com 4 cilindros e 65cv. Dionisio Almeida conseguiu produzir apenas 7 unidades deste automóvel.
Edfor
Produzido por Eduardo Ferreirinha, o Edfor Grand Sport foi apresentado no Salão Automóvel do Porto em 1937. Neste evento, o Edfor destacou-se pelas sua elegância e originalidade. Este, foi um dos eleitos por Manoel de Oliveira na sua carreira de piloto de automóveis, antes de se tornar realizador de cinema. Com um motor V8 produzido pela Ford com 3620cc, atingia uma velocidade máxima de 160km/h e possuía um peso total de 970Kg.
Felcom
Este automóvel foi construído, entre 1933 e 1935, por Eduardo Carvalho tendo como base os automóveis de Eduardo Ferreirinha. Com componentes de um Ford A, um Turcat-Méry e de um Miller, este desportivo entrou em várias competições do Circuito da Boavista e também participou no Circuito do Estoril.
AGB IPA
Este veículo foi apresentado em 1958, na Feira das Industrias. Produzido em Porto de Mós, do AGG IPA só foram construídos cinco exemplares. Com linhas arredondadas, baseava-se no modelo Astra Britânico e possuía um motor British Anzani de dois cilindros com 300cc a dois tempos com, cerca de 15cv.
De acordo com o livro “Automóveis Portugueses”, publicado pelo Museu do Caramulo,a produção deste veículo não continuou porque o Secretário de Estado da Indústria da época tinha optado pela criação de fábricas para a montagem de veículos de marcas europeias e americanas.
Marlei
Em 1954, o Marlei surge tendo como base o Opel Olympia Caravan. Sendo um dos melhores mecânicos da sua época no Porto, Mário Moreira Leite constrói o Marlei. Com um motor de 1588cc que debitava 48cv, com 4 cilindros, 4 velocidades e 925 kg de peso total, atingia uma velocidade máxima de 160 km/h. Este, foi dos últimos modelos de competição construídos em Portugal.
MG Canelas
Em 1952 nasceu o modelo MG Canelas. Este veículo destinado a competição tinha a particularidade do seu chassis tubular ser em aço cromo-molibdénio, ao contrário dos seus concorrentes que utilizavam o alumínio. O seu motor de base MG de 1500cc, foi totalmente transformado. Sendo este o modelo que mais competiu nas provas nacionais dos anos 50, tinha 94cv, 4 cilindros e 4 velocidades. Com um peso total de 550 Kg chegava a uma velocidade máxima de 195Km/h.
Olda
O Olda, diminutivo de “Oliveira de Águeda”, local onde surgiu, em 1954 e, rapidamente conquistou os amantes das corridas. Tinha como base mecânica, chassis e motor do Fiat 1100. Excelente ao nível da condução, possuía um motor de 1493cc com 80cv, de 4 cilindros e 4 velocidades. Com um peso total de 500Kg atingia a velocidade máxima de 165Km/h.
Portaro
O nome Portaro surge da contração de “Portugal” e “ARO”. Partindo do jipe 240 4×4 da marca romena ARO, nasceu em 1976 o primeiro Todo-o-Terreno português. Produzido pela FMAT (Fabrica de Máquinas Agrícolas do Tramagal), em Abrantes, o Portaro apresentava um motor de 2498cc que debitava 71cv, com 4 cilindros. Milhares destes veículos foram exportados, e embora fosse um caso de sucesso, em 1990 a empresa abre falência devido à falta de apoio do Estado a este tipo de indústria.
Sado
Criado pelo Grupo Entreposto, o mesmo que deu continuidade ao projecto iniciado na Famel de Águeda, em 1982 colocava à venda por 260 contos o Sado. Os primeiros 50 veículos a serem colocados à venda desapareceram rapidamente do mercado e o seu sucesso foi tão grande que existiam listas de espera para comprar o Sado. O Sado era um verdadeiro citadino com um motor de 2 cilindros com 547cc que debitava 28cv. Tinha um peso total de 480Kg e atingia uma velocidade máxima de 110Km/h, embora os primeiros protótipos conseguissem chegar aos 130Km/h.
UMM
O UMM, abreviatura de “União Metalo-Mecânica”, nome da empresa portuguesa onde em 1977 se iniciou a produção de um Todo-o-Terreno cujo objectivo era servir um nicho de mercado mais ligado à agricultura e à industria. O UMM teve uma enorme aceitação no mercado e contou com três modelos, o Cournil, o Alter e o Alter II, o que levou também à criação de variantes dos modelos base (cabrio, com tejadilho, versão de 5 portas,…).
Nos anos 80, o UMM chegou a participar no Paris-Dakar, no entanto uma queda brutal nas encomendas e falta de apoio do Governo levou ao encerramento da empresa por falência em 2006.
Créditos das fotos:
ALBA e DM – Museu do Caramulo
Edfor, Falcom, AGB IPA, Marlei, MG Canelas, Olda, Portaro e Sado – Rodas de Viriato UMM