Já não é novidade para ninguém, que as vendas de quase tudo se encontram em queda acentuada e o sector automóvel é um dos mais prejudicados.
As quebras de vendas no sector automóvel para viaturas novas ultrapassa os 60% e nos usados existem casos em que as quebras ultrapassam os 80%.
Com estes valores não é difícil de perceber que o Governo seja “atropelado” pela quebra de receita fiscal, no caso dos automóveis novos estamos a falar do ISV, mas, no caso dos carros usados estamos a falar de outros impostos nomeadamente o IVA e TSU.
Vamos começar pelo pelos veículos novos, onde as quebras atingem valores astronómicos e já medidos.
A receita que vem do ISV – Imposto Sobre Veículos, caiu cerca de 39% só no mês de Agosto, comparativamente ao ano anterior, valores vindos da execução orçamental e analisados pela Associação Nacional das Empresas de Comércio e Reparação Automóvel – ANECRA.
Analisados os valores, o Estado encaixou menos 212,5 milhões de euros, o que significa um recuo de 44%, mais um reflexo negativo das políticas que os sucessivos governos têm vindo a por em prática, num sector que se encontra em crise desde 2003 e não 2011 como muitas entidades reguladora do mercado afirmam.
É importante referir que, só agora e num ambiente de crise profunda é que se vislumbram com mais clareza as enormes dificuldades em que o sector automóvel está mergulhado.
No caso dos automóveis novos, as principais associações referem que, o problema reside principalmente pela falta de apoios e o incremento quase abusivo do valor dos impostos, o que veio agravar ainda mais a actual tendência de queda do mercado e a consequente regressão da receita fiscal, em termos de IVA mas sobre tudo no principal imposto para veículos novos o ISV.
Um outro problema ainda maior e que as associações do sector automóvel muito pouco falam acerca, alias só agora é que têm feito referência, é o do sector dos automóveis usados. Estes encontram-se em crise desde 2003, com o sucessivo encerramento deste tipo de empresas.
E o problema é maior porquê?
Tal como o Automovies-Online chamou atenção num artigo, falamos em 2003, pois nessa altura já se notava uma crescimento negativo do número de viaturas novas vendidas face a anos anteriores.
O governo para impedir essa quebra de vendas, criou o incentivo ao abate de viaturas velhas. No entanto, esta teve um efeito negativo para o mercado dos automóveis usados, provocando quebras acentuadas nas vendas e assim estagnar o mercado da venda de automóveis usados.
Os efeitos negativos das quebras de vendas de anos seguidos, levou não só à quebra das receitas do IVA, por via dos negócios inderectos (pneus, pinturas, entre outros serviços a que o mercado de carros usados recorre para o recondicionamento das viaturas usadas), bem com as quebras com a TSU, por via do encerramento de empresas de comércio automóvel e as das empresas que dependiam destas para sobreviverem e que ao encerrarem as suas actividades e por apenso o despedimento das pessoas que dependiam desses negócios. Como se não bastasse a diminuição da receita fiscal (ISV, IVA e TSU), fica-se com um acréscimo da despesa com os desempregos.
Em suma, o governo não só deveria diminuir a carga fiscal sobre os carros novos, como deveria criar um incentivo à compra de carros novos, mas também à compra de carros usados.
Importante referir, que o governo deveria criar um incentivo aos bancos para que estes voltem a financiar o sector.
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